terça-feira, 3 de setembro de 2013

E se...

Como se não importasse, cada vez, per tem-se.
Se aborrece, entristece, e não esquece!
Permanece como se não visse, e esmaece.
Bem ali, desaprece de si...
Você não pertence, sabe-se.
Veste, enegrece.
Se convence: É esse!
Não é, nunca foi, só carece.
Em-tão-trance...
Só parece.
Se quando descobrisse,
Abrisse ao que visse,
E aí o mundo se alegrasse...

Mas anoitece.
E antes que passe,
Era o que queriam que você segurasse.
Só depois desse.
O gole desce,
E aquece.
Aquela prece...
Como se existisse e (ou)visse,
Conte nua quando amanhece.
A quem merece,
Só, como se aguentasse.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

(In)Constante


E de repente você se atém àquilo
Aquele dubitável momento vazio
Que vai se retroalimentando
Na vontade de ser apenas um ser mundano

Você ouve aquela música certa...
E sente no peito de tanto que aperta
Parece um uivo distante
Que sufoca as veias em menos de um instante

Será até quando intocável...
O esforço louvável
A dedicação de quem diz amar
Em troca do que se esconde no ar

Tento controlar a respiração
A angústia que toca minha mão
Tento estar um pouco do que penso ser
E espero, nesse clico, renascer.

Sempre me pergunto sobre as dores
Sobre as lágrimas dos desamores
E um apego incerto, ainda me remete...
Aos... Meus... Dezessete.

Sempre falei das minhas intenções
Dos erros e das invenções
Não quero estar aqui
Mas de repente parece seguro apenas cair

Queria ser só eu
E de caprichos mais um dia amanheceu
À sua luz, ao campo, ao trânsito
Toda a inconstância do teu efeito

Me abrace, me ouça...
Desculpe minha cabeça confusa
Me deixe, me esqueça
Desculpe minha insistência.

É um rio que deságua em forças
Da ansiedade que marca suas costas
Nessa vida toda eu não sei...
Mas hoje, ainda assim, acreditei.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sutileza da força



Somente com os pés na água, eu observava aquela onda que mesmo baixa, como quem não quer, quebrava longa, e chegava singela. Grande em sua aura, ia e vinha com uma brisa nostálgica, convidando-me a recordar... O novo. Vinha e tentava me tomar; Me levar junto da noite e do brilho, lá pro gelo que eu senti, quando as águas daquele lago me molharam, vidas atrás.

Purificam, sobretudo... E não vou dizer que não tentei, porém meu coração já não podia responder por si. Quase nunca. O céu, numa mistura de roxo e azul, se confundia com o verde do campo que tentava rodear minha razão. E desconheci-a em meio a emoção daquela areia branca, que no toque pontilhado se mostrava movediça, mas aconchegante.

Eu sempre soube das promessas e de tudo que se cumpriu. Sei da força que tem aquele empuxo. Mas eu não me salvei quando pude, nem pude estar "nunca", nem sã. Em compasso voltei atrás, pra molhar apenas mãos, que não se lavam, mas evitam mergulhar de cabeça. Não posso nadar em águas que me matam, porque na verdade já não me encontro aqui.

É mental, mas fatal. E não há saída. O estrago feito tem o peso do seu efeito... E é tanto bom quanto arrasador, mais que a chuva que caía na ressaca de andar sobre aquela rua, é saber que a noite esconde os segredos mais simples e eternos. Quanto mais se quer, mais se parece perder. No final, o menos lúcido dos focos ficou sobre o sorriso que a lua parecia abrir entre as nuvens.