sexta-feira, 29 de março de 2013

Sutileza da força



Somente com os pés na água, eu observava aquela onda que mesmo baixa, como quem não quer, quebrava longa, e chegava singela. Grande em sua aura, ia e vinha com uma brisa nostálgica, convidando-me a recordar... O novo. Vinha e tentava me tomar; Me levar junto da noite e do brilho, lá pro gelo que eu senti, quando as águas daquele lago me molharam, vidas atrás.

Purificam, sobretudo... E não vou dizer que não tentei, porém meu coração já não podia responder por si. Quase nunca. O céu, numa mistura de roxo e azul, se confundia com o verde do campo que tentava rodear minha razão. E desconheci-a em meio a emoção daquela areia branca, que no toque pontilhado se mostrava movediça, mas aconchegante.

Eu sempre soube das promessas e de tudo que se cumpriu. Sei da força que tem aquele empuxo. Mas eu não me salvei quando pude, nem pude estar "nunca", nem sã. Em compasso voltei atrás, pra molhar apenas mãos, que não se lavam, mas evitam mergulhar de cabeça. Não posso nadar em águas que me matam, porque na verdade já não me encontro aqui.

É mental, mas fatal. E não há saída. O estrago feito tem o peso do seu efeito... E é tanto bom quanto arrasador, mais que a chuva que caía na ressaca de andar sobre aquela rua, é saber que a noite esconde os segredos mais simples e eternos. Quanto mais se quer, mais se parece perder. No final, o menos lúcido dos focos ficou sobre o sorriso que a lua parecia abrir entre as nuvens.