Ontem eu morri.
Minhas lágrimas secaram...
Já não posso ver graça nas cores.
Minha esperança hoje são cacos.
Morri, junto dos sonhos.
E com eles também expectativas.
Perdi o amor, a força, a direção.
Estou em outra dimensão.
Minha cabeça gira em torno
De um todo feito de círculos.
Se é de memória que somos feitxs...
Sou o próprio pretérito.
O dia que segue,
Não é mais que a conclusão...
Já estava acontecendo;
Eu não estava vivendo.
Aqui já não é como antes.
E nada mais normal,
Na verdade.
Esta é nossa realidade.
Me fechar de toda alegria,
Me esconder de toda vontade,
Ou continuar aqui no canto...
Não é o que vou fazer agora.
Longe da espera, de negar ou esquecer.
Não é nada disso!
De todas as palavras cuspidas,
Não interessa o resto, se acaso preencher!
Ainda que sem planos,
Mas cansada da falta deles.
E por mais ninguém,
Além de mim.
Então, é isso.
Sem saber do tempo,
Perco as horas enquanto posso.
Pra disfarçar o desgosto,
Das tentativas frustradas de pontualidade...
Onde não me encontrei,
E, por certo,
Hei de perder o mérito.
Hei de perder o mérito.
As sensações se confundem,
E preferem me levar à vida.
Tão difícil, porém,
Quando a volta não vem.
Se não há mesmo outro caminho,
Sigo por este.
Vou sozinha, em vento e relento.
Morri por dentro.