Deitada com a cabeça no mar
As ondas, as brisas
Vinham frias lá das profundezas
De tudo o que não parava de pensar
Lembrou-se de cada instante
De uma vida que ainda tinha
E se virou pra escutar...
De longe um bêbado errante
Lá de baixo gritava como se soubesse
Que alguém podia ouvir
Era um canto desafinado com rimas secas
Rouco, do sereno de quando anoitece
Sozinho, alado, solidão
Parecia um som só
Tirado de algum disco antigo
Com estrofes que não prestamos atenção
Só aquele minuto a mais
De uma música silenciosa
E como se pudesse tocava as notas
De instrumentos imaginários na sua voz
Apenas mais um sonho...
E então acordava
Porque o mundo pedia que fosse sã.
Em tempos em que tudo é estranho
Inquieta, ouvia então a noite
Que dizia que era tarde
E decidiu escrever
Porque só tinha o semblante
O rosto, a pele, as cores
Traços de ponta a ponta
De uma história qualquer
De mais ilusões e novos amores
Caiu no sono enquanto escrevia
Sabia do fardo que viria
Mas transformou as lágrimas em poesia.
My mind says ...
quarta-feira, 27 de abril de 2016
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Cerimônia
Eu vim perdendo meu tempo
Em coisas que eu não conheço
Pisando em ruas escuras
Insistindo no que não tenho
Eu me deixei ao vento
E me perdi no começo
Meus olhos buscam gravuras
De um desfocado desenho
Perdi o orgulho e o encanto
Sou o que eu sou e não me esqueço
Mas eu caí nessa loucura
Pela qual eu me empenho
Abracei uma causa perdida
Fui longe de tão perto
E agora, presa nesse cenário
Já não tenho estratégia, nem plano
Me senti protegida
Mas de repente tudo ficou incerto
Que sentimento ordinário
Confuso, intenso, escorpiano
Jogando na sorte me vejo atraída
Travando um embate aberto
Entre a razão e o imaginário
Minha saída é continuar caminhando.
quinta-feira, 20 de março de 2014
O Antigo Detestável
"Já vi demais, sonhei demais"
Vidros se quebrem
A palavra se quebra
Grite, se ainda pode.
Mas não se vanglorie naquele que erra
Você errará, não importa.
E assim o faz, não importa.
Quem supera, tudo ama!
Quem ama... Repensa...
O coração não é bem... Uma porta.
Não pense na beleza que envolve
Que envolve todas as suas acrobacias
A menos que queira...
Cuidado com a beleza que guia seus dedos
É verdade, ninguém negará a hipnose
Que causa o olhar
Aquele lá.
Mas se não são aqueles os olhos
Os olhos que você acordaria
E acordaria toda manhã pra ver
Fique mais atento.
Se não estiver... Pergunte-se
Se alguém estará por você.
O que parece proibido atrai,
Como aconteceu.
E quantas vezes se perdeu?
Naquele segundo nome
No animal que você procura
No animal que você procura
E que uma noite chega.
Como a boca vermelha que marca
Vermelho do imaginário e provação
É o tempo que marca o traço
Que você resume à intenção.
A hora, 21h
A cabeça, desligada
E o que mais?
Vontades se vão com o que não é nada de mais.
Você comunica aqueles
Que o pensamento te ocupa?
Lá se vão... Escolhas, escolhas;
Você é no escuro ou no claro
Dos segundos que ninguém vê
Aquilo que chamam de "ser".
Fraciona, conta, adiciona.
Mas a vida não é feita só do que nos interessa.
E o que você tem feito?
Saiba que o mar engana aqueles
Que pensam conhecê-lo
Que pensam que se escondem
Que querem ver e não ouvem
Que querem apenas ver
Que sem motivos, cedem
E não protegem... Aquilo que têm.
Cuidado, pois a água vem.
E quem ama... Se vai.
Aí, quando você achar que calculou todos os passos
Que calculou até os prováveis passos,
Você saberá.
Mas se esquecerá... Logo mais.
Todos mentem, se for verdade.
E quem é que sabe?
E sobre a saudade
Que você carrega nas costas?
E da noite...
Que esteve ou estará ausente?
E porquê? Você consegue dizer?
Quando você esteve triste,
A quem chamou?
E quando não, a quem culpou?
Não pense que pode.
Quem de nada sabe,
Um dia samba, um dia descobre.
Não colecione o que não admite
Quando as sílabas tocarem sua consciência
Não colecione o início que você permite
Não colecione o choro
Pois a rua seguirá em frente
Não colecione fama
Achando que pode escolher atenção
Não colecione ninguém...
Faça você sua própria cabeça
E quem sabe chega pra você o perdão
Que você nem sabe que tem.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
E se...
Como se não importasse, cada vez, per tem-se.
Se aborrece, entristece, e não esquece!
Permanece como se não visse, e esmaece.
Bem ali, desaprece de si...
Você não pertence, sabe-se.
Veste, enegrece.
Se convence: É esse!
Não é, nunca foi, só carece.
Em-tão-trance...
Só parece.
Se quando descobrisse,
Abrisse ao que visse,
E aí o mundo se alegrasse...
Mas anoitece.
E antes que passe,
Era o que queriam que você segurasse.
Só depois desse.
O gole desce,
E aquece.
Aquela prece...
Como se existisse e (ou)visse,
Conte nua quando amanhece.
A quem merece,
Só, como se aguentasse.
Se aborrece, entristece, e não esquece!
Permanece como se não visse, e esmaece.
Bem ali, desaprece de si...
Você não pertence, sabe-se.
Veste, enegrece.
Se convence: É esse!
Não é, nunca foi, só carece.
Em-tão-trance...
Só parece.
Se quando descobrisse,
Abrisse ao que visse,
E aí o mundo se alegrasse...
Mas anoitece.
E antes que passe,
Era o que queriam que você segurasse.
Só depois desse.
O gole desce,
E aquece.
Aquela prece...
Como se existisse e (ou)visse,
Conte nua quando amanhece.
A quem merece,
Só, como se aguentasse.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
(In)Constante
E de repente você se atém àquilo
Aquele dubitável momento vazio
Que vai se retroalimentando
Na vontade de ser apenas um ser mundano
Você ouve aquela música certa...
E sente no peito de tanto que aperta
Parece um uivo distante
Que sufoca as veias em menos de um instante
Será até quando intocável...
O esforço louvável
A dedicação de quem diz amar
Em troca do que se esconde no ar
Tento controlar a respiração
A angústia que toca minha mão
Tento estar um pouco do que penso ser
E espero, nesse clico, renascer.
Sempre me pergunto sobre as dores
Sobre as lágrimas dos desamores
E um apego incerto, ainda me remete...
Aos... Meus... Dezessete.
Sempre falei das minhas intenções
Dos erros e das invenções
Não quero estar aqui
Mas de repente parece seguro apenas cair
Queria ser só eu
E de caprichos mais um dia amanheceu
À sua luz, ao campo, ao trânsito
Toda a inconstância do teu efeito
Me abrace, me ouça...
Desculpe minha cabeça confusa
Me deixe, me esqueça
Desculpe minha insistência.
É um rio que deságua em forças
Da ansiedade que marca suas costas
Nessa vida toda eu não sei...
Mas hoje, ainda assim, acreditei.
sexta-feira, 29 de março de 2013
Sutileza da força
Somente com os pés na água, eu observava aquela onda que mesmo baixa, como quem não quer, quebrava longa, e chegava singela. Grande em sua aura, ia e vinha com uma brisa nostálgica, convidando-me a recordar... O novo. Vinha e tentava me tomar; Me levar junto da noite e do brilho, lá pro gelo que eu senti, quando as águas daquele lago me molharam, vidas atrás.
Purificam, sobretudo... E não vou dizer que não tentei, porém meu coração já não podia responder por si. Quase nunca. O céu, numa mistura de roxo e azul, se confundia com o verde do campo que tentava rodear minha razão. E desconheci-a em meio a emoção daquela areia branca, que no toque pontilhado se mostrava movediça, mas aconchegante.
Eu sempre soube das promessas e de tudo que se cumpriu. Sei da força que tem aquele empuxo. Mas eu não me salvei quando pude, nem pude estar "nunca", nem sã. Em compasso voltei atrás, pra molhar apenas mãos, que não se lavam, mas evitam mergulhar de cabeça. Não posso nadar em águas que me matam, porque na verdade já não me encontro aqui.
É mental, mas fatal. E não há saída. O estrago feito tem o peso do seu efeito... E é tanto bom quanto arrasador, mais que a chuva que caía na ressaca de andar sobre aquela rua, é saber que a noite esconde os segredos mais simples e eternos. Quanto mais se quer, mais se parece perder. No final, o menos lúcido dos focos ficou sobre o sorriso que a lua parecia abrir entre as nuvens.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
You're happy now...
I was at your side
I was really there
Don't know exactly what happened...
But I think you're happy now.
My tears can't drop anymore
I recognize my fault about it all
I'm so much better than that ...
But I think you're happy now.
I'm living free
In thoughts and hands
Don't blame the past fully
I think you're happy... Now.
Could you smile at me?
Can you see us right there?
Do you recognize this place?
Does it matter?
I can feel all our dreams
And the mistakes where we lost'em
I could keep trying...
But it isn't what matter in the end.
We were stuck in a confusing love
We were everything, and we get lost
We were happy the most... And we fall.
We were blind at what matter.
You know my really reasons
But don't about what I'm holding actually!
And it's OK...
I think we are happy now.
I was really there
Don't know exactly what happened...
But I think you're happy now.
My tears can't drop anymore
I recognize my fault about it all
I'm so much better than that ...
But I think you're happy now.
I'm living free
In thoughts and hands
Don't blame the past fully
I think you're happy... Now.
Could you smile at me?
Can you see us right there?
Do you recognize this place?
Does it matter?
I can feel all our dreams
And the mistakes where we lost'em
I could keep trying...
But it isn't what matter in the end.
We were stuck in a confusing love
We were everything, and we get lost
We were happy the most... And we fall.
We were blind at what matter.
You know my really reasons
But don't about what I'm holding actually!
And it's OK...
I think we are happy now.
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